Analisando as últimas notícias, as previsões para M&A em 2024 são descritas com as palavras “ressurgimento”, “momentum” e “força”, e são vistas como “encorajadoras”, “reanimadoras” e “ascendentes”. Será que estamos com os dedos cruzados depois do ano de 2023 que muitos negociadores prefeririam esquecer? Ou há motivos reais para otimismo no futuro?

Recentemente, a Datasite, em parceria com o Financial Times, apresentou a Global M&A Outlook Series para discutir as atividades e tendências de M&A em EMEA, APAC e nas Américas, e as estratégias que os negociadores podem usar para revigorar as negociações em 2024.

Assista às gravações >

Olhando para trás: Um ano desafiador para M&A

Olhar para o passado provavelmente não é motivo de alegria para muitos negociadores. O aumento das taxas de juros, o escrutínio regulatório, os desafios geopolíticos e a incerteza econômica tiveram um forte impacto nas negociações de M&A em 2023. Os volumes globais de M&A atingiram o menor nível em 10 anos no terceiro trimestre de 2023, enquanto o valor dos negócios de private equity caiu 41% em relação a 2023, de acordo com dados do London Stock Exchange Group.

Em EMEA, embora poucos esperassem ver os altos índices de 2021, havia um otimismo persistente de que 2023 produziria alguns bons números. Infelizmente, isso não aconteceu. No terceiro trimestre, a região viu o volume e o valor de negócios de M&A diminuir em mais de 25% tanto em termos trimestrais quanto anuais. E a diminuição no volume de grandes negócios acima de 10 bilhões de euros tem ficado mais evidente, com uma queda de 40% nos primeiros nove meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2022.  

A APAC teve um desempenho um pouco melhor, e melhor do que EMEA e as Américas, com o valor dos deals caindo apenas 10,5% ano a ano no Q3 e aumentando 2% na comparação trimestral. No entanto, o valor dos deals caiu mais de 20% na comparação dos trimestres e anos anteriores, e a região registou uma queda de 20% nas atividades de M&A, PE e financiamento de risco durante o ano passado.

E nas Américas, embora o valor dos deals tenha aumentado em relação ao ano anterior no Q3 de 2023, ainda estava abaixo do Q2, e o volume caiu mais de 30% tanto no ano a ano quanto no trimestre a trimestre. Além disso, os deals de M&A com valor de 10 bilhões de dólares ou mais caíram 42% nos primeiros nove meses do ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

M&A e o futuro: Mais deals, um trimestre de cada vez

No entanto, os negociadores parecem genuinamente otimistas quanto à atividade de M&A em 2024, apesar dos desafios contínuos em questões geopolíticas e do aumento das taxas de juros. Obviamente, os negociadores adorariam ver uma recuperação, e quanto antes, melhor. No entanto, parece que estas previsões ainda podem levar alguns meses para se concretizar. De acordo com os negociadores entrevistados no webinar, o terceiro trimestre poderá ser o ponto de virada para M&A, embora a APAC ainda possa ter um caminho mais longo pela frente.

Por quê? Embora ninguém tenha uma bola de cristal, não se trata apenas de um palpite às cegas. Os impactos da desinflação estão a começar a se fazer sentir, bem como a potencial flexibilização da política monetária. Isso significa que as avaliações estão mais fáceis. O que, por sua vez, deixa as pessoas mais confortáveis em fazer negócios.

A Datasite, que já facilitou mais de 100.000 transações de M&A em sua plataforma, registrou um aumento em novos projetos nos últimos três meses, que devem ser concluídos nos próximos seis a nove meses. É evidente que os pipelines estão crescendo, mais ativos estão chegando ao mercado e tanto os compradores como os vendedores estão se ajustando ao custo mais elevado do capital.

No entanto, ainda não está claro que tipo de deal vai prevalecer no mercado. As diferenças e os desafios regionais parecem certamente ter impacto na atividade. Aconteça o que acontecer, os negociadores pretendem navegar com sucesso por mais um “novo normal” em M&A.

GLOBAL M&A OUTLOOK SERIES - Sob Demanda
em parceria com o Financial Times